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06/02/2009

 

O ator Luciano Gatti conta o que aprontou desde 2001, quando conquistou crítica e platéia com o personagem Buff, de Eric Bogosian, em SubUrbia.

 

Nome completo, data e local de nascimento. LG: Luciano Amato Gatti, 05/12/75, Araçatuba.

SubUrbia, Londres e outras

Fale sobre seu sucesso, talvez o primeiro sucesso, em 2001, ao interpretar Buff, personagem que encarnou em SubUrbia, de Eric Bogosian. Como lidou com os elogios que lhe renderam por causa dele? LG: De verdade, no começo eu fiquei muito surpreso e feliz, principalmente na primeira semana da peça, em que o público se divertia muito, ria bastante com o personagem, porque realmente ele era um bufão dentro daquela história trágica, mas não esperava tamanha repercussão. Até hoje encontro pessoas que lembram dele com carinho.

Depois do sucesso de SubUrbia que, na época, esteve em cartaz no Sesc Anchieta, por onde andou? Como digeriu a repercussão deste espetáculo em sua carreira?LG: SubUrbia foi muito importante pra mim. Tive o trabalho reconhecido, ganhei o Prêmio Panamcu de melhor ator e  comecei a ficar mais conhecido no meio teatral, principalmente em São Paulo. Com isso as oportunidades de trabalho aumentaram. Fui trabalhar na TV Cultura, no Ilha-Rá-Tim-Bum, como Zabumba, e depois com o Chiquinho Medeiros, meu grande amigo e mestre, que dirigiu o SubUrbia, montamos Hamlet no SESI da Paulista, repetindo boa parte do elenco do SubUrbia e outros grandes atores como, Selma Egrey, Hélio Cícero, Mahra Decartes, Gustavo Machado, Plínio Soares, Marcos Damigo, entre outros. Foi uma grande experiência. Aliás, o que passou a me interessar mais a partir dessa época foi a troca, o estudo do ofício e a oportunidade de trabalhar com pessoas que eu admiro artisticamente. Então Marcos Damigo, Plínio Soares, Chiquinho, Rosana Seligman, Bel Kowarich, André Custódio, Lucienne Guedes e eu, montamos o Núcleo Argonautas para estudar e pesquisar teatro. Em 2004 inscrevemos um projeto na Lei de Fomento, que foi aprovado, mas antes da aprovação tive a oportunidade de realizar um sonho.

Que era... LG: Morar em Londres. Os planos eram: ficar 6 meses e estudar inglês. No final acabei ficando 1 ano e 5 meses, sendo que 2 meses morei em Roma, foi incrível! Para um ator, uma experiência fundamental. Estudei inglês, teatro e viajei bastante.

E suas incursões teatrais em Londres? LG: Em Londres conheci um diretor brasileiro André Pink, que mora lá há muitos anos e tem um grupo internacional de teatro, fiz um teste e passei para sua próxima montagem “Dona Flor e Seus Dois Maridos” em inglês, voltei ao Brasil e depois de um ano o André me ligou dizendo que tinha verba para a peça e perguntou se eu queria fazer.

E você foi? LG: Fui, claro! E from Brasil interpretei o Vadinho em Londres, e em Inglês. Outra experiência inesquecível. Os Argonautas concluíram seu fomento e depois escreveram outro projeto  “Terra Sem Lei” que eu participei, estudamos muito durante um ano. E agora estou por aí trabalhando, sobrevivendo, atuando...

Depois, quando retomou aos palcos? LG: Quando fui à Londres, fiquei praticamente 1 ano e 5 meses sem atuar. Depois de um ano ficou difícil, sentia muita falta da rotina da profissão; ensaio, temporada, escolha de projeto etc , sentia falta de atuar,  ainda mais que eu trabalhava no bar de um teatro (Gielgud Theater).  Ah quem passou por lá foi a Jude Dench, com a peça a Tempestade. Foi emocionante. Voltei ao Brasil e abri uma produtora, comecei a trabalhar como produtor, mas o que eu queria mesmo era atuar ou nesse caso produzir meus trabalhos, conheci o Maurício Paroni de Castro e montamos “Os Gigantes da Montanha” do Pirandelo, na sala da casa onde ficava a produtora, a peça começava na rua, passava pela garagem da casa e terminava na sala, foi divertido... rs

E agora está em cartaz com 8 X0... LG: Sim, no teatro União Cultural, Rua Mário Amaral, 209. Eu conheci o Pedro (Garrafa) quando montamos a peça “Últimas Notícias de Uma História Só”, texto e direção do Otávio Martins. Passou o tempo e ele me convidou para fazer essa peça, uma comédia sobre futebol, há tempos não fazia uma comédia e eu adoro futebol, sou corintiano de coração, então pensei “vamos nessa que vai ser divertido, ainda mais com um elencão desses”. Foi e está sendo muito prazeroso, e o público gosta muito e se identifica, o que é melhor ainda.

Quereres

Que personagem clássico do teatro gostaria de encenar? LG: O Piotr Trofimov, do Jardim das Cerejeiras.

Nas mãos de que diretor? LG: Zé Henrique de Paula

Qual é o seu dramaturgo nacional e contemporâneo preferido? LG: Nilton Moreno, pela sua versatilidade em escrever e pela qualidade dos textos.

Cite uma singularidade sua. LG: sei fazer uma ótima moqueca capixaba.

De programas esportivos, jornalismo da TV Cultura ao formato do CQC

O que acha da linguagem da televisão, gosta de algum formato em especial? LG: Acho que a TV é parte da nossa história, ela é a grande responsável pela formação da opinião pública. Sua linguagem é acessível a todos, e de fácil digestão. Gosto dos programas esportivos, das miniséries, dos seriados, do jornalismo da TV Cultura, e do formato CQC.

Quem considera um ótimo ator de TV da sua geração? LG: Wagner Moura, admiro sua versatilidade e coragem na escolha dos trabalhos.

Cinematografia-trocadilho 

Quando gosta de estar de cara limpa? LG: no cinema com os amigos... 

O que é um bicho de sete cabeças para você? LG: A violência no Rio.

Quem é o “homem” do livro? LG: Beto Brant, com seu filme Cão sem Dono, uma ótima adaptação do livro Até o Dia em que o Cão Morreu.

Santos Dumont é o inventor do avião ou os Irmãos Wright? LG: Santos Dumont. E inventor do relógio de pulso.

Veneno

Com que diretor de teatro não gostaria de trabalhar? LG: Com aquele bem vaidoso e egoíco que vive falando merda na imprensa. Aquele que faz mais polêmica do que teatro.

Com que ator detestou trabalhar? LG: Esqueci o nome, mas não gosto de ator preguiçoso ou ator rancoroso, que mais reclama do que trabalha.

Cartaz: 8x0 – Futebóis do País

É fanático ou torcedor? De qual time? LG: Torcedor. CORINTHIANS.

Já fez alguma simpatia, mandiga ou macumba para seu time ganhar? LG: Teve uma época que usava sempre a mesma camiseta no jogo do Corinthians, porque ela dava sorte.

Quando seu time é campeão, qual a primeira coisa que faz para festejar? LG: Já fui muito para a Paulista, hoje ligo pros amigos e vou num boteco comemorar.

E quando ele perde? LG: Desligo o celular.

Próximos Passos

Depois de 8x0, quais são seus planos para 2009? LG: Vou começar a ensaiar a peça "Celebração" do Harold Pinter, inédita no Brasil, direção do jovem Eric Lenate, para o festival da Cultura Inglesa. E vou começar a gravar um média-metragem, ainda sem título.

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